segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

AS VITIMAS PRINCIPE D. LUIS FILIPE - 1987-1908


D. Luís Filipe, baptizado como Luís Filipe Maria Carlos Amélio Fernando Victor Manuel António Lourenço Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Bento de Bragança Saxe-Coburgo-Gota nasceu em Lisboa a 21 de Março de 1887 e morreu assassinado na Praça do Comércio,em 1 de Fevereiro de 1908. Príncipe Real de Portugal, foi Príncipe da Beira antes da subida de seu pai ao trono. Filho mais velho do Rei D. Carlos I e de sua mulher, a Rainha D. Amélia. Como herdeiro do trono, D. Luís Filipe tinha ainda o título de Duque de Bragança, usufruindo dos rendimentos dessa grande Casa, último morgadio que no seu tempo era ainda, legalmente, permitido em Portugal.

Sendo os Bragança uma família melómana em todos os tempos (tanto seu pai como o avô se dedicando, o primeiro à pintura e à ciência oceanográfica, e o segundo à literatura, tendo traduzido Shakespeare do inglês para o português), D. Luís Filipe teve uma edução esmerada em casa durante toda a sua infância, até ser entregue aos cuidados do seu preceptor, o herói das guerras de África Mouzinho de Albuquerque, recém-chegado das colónias, o qual deu início a uma apurada instrução militar ao seu discípulo.

Exerceu a regência do Reino durante escasso período de tempo em 1907, aquando da deslocação de seu pai em visita protocolar ao estrangeiro. Nesse mesmo ano, e pela primeira vez para um príncipe português desde D. João VI, deslocou-se D. Luís Filipe em viagem oficial às colónias, neste caso às africanas, visita com grande impacto nesse tempo.

O Príncipe Real, tal como seu pai, disfrutava de grande prestígio no Exército, e, sabendo das ameças de morte a D. Carlos, andava sempre armado de revólver, para o defender quando fosse preciso, jurando sempre que o matariam primeiro a ele antes que ele deixasse matar o seu pai e seu rei. E de facto, os relatos dizem que antes de morrer ainda atirou a um dos regicidas, atingindo-o ou matando-o mesmo, com o seu revólver Winchester.

O Príncipe estava com seu pai no dia 1 de Fevereiro de 1908, quando o rei foi baleado pelas costas, na nuca, e morreu assassinado pela Carbonária, organização terrorista republicana. O crime foi cometido quando a Família Real, os reis e o príncipe, regressada de Vila Viçosa, passava de carruagem pelo Terreiro do Paço, à esquina da Rua do Arsenal. Ao tentar defender a sua família D. Luís Filipe conseguiu ainda abater um dos assassinos, sendo no entanto atingido mortalmente a tiro, sobrevivendo a seu pai muito pouco tempo. Apenas escapou ilesa ao atentado a rainha D. Amélia de Orleães, sendo ferido no braço o infante D. Manuel, duque de Beja, que assim subiu ao trono como D. Manuel II, e que viria a ser o último rei de Portugal.

4 comentários:

Branca disse...

Relato pormenorizado e interessante a fazer-nos relembrar os acontecimentos do fim da nossa Monarquia. Estou a gostar de ler, pois embora os conhecesse, como é obrigação de todo o português interessar-se pela sua história, não conhecia ainda o facto de D. Luís Filipe andar armado e pronto a defender o Rei, como o fez,sendo ele a matar um dos regicidas.
Obrigada por trazer até nós este interessante relato dos acontecimentos.
Vou continuar a acompanhar.

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Cara Branca

Pode ler essa versão dos acontecimentos no dia 14 de Fevereiro que acabo de publicar.

Um abraço

Zé Tomaz

Branca disse...

Voltei hoje para ler tudo com mais atenção e pormenor, depois da primeira abordagem que tinha feito a este blog.
Voltei a repetir a leitura deste texto e reparei que não comentei um facto que achei interessantíssimo conhecer, que foi o de ficar a saber que o avô de D. Luís Filipe se dedicava à literatura e traduziu Shakespeare.
Muitos factos e pormenores interessantes desconhecemos da nossa História. Somos um povo com medo de mexer nos factos, de pôr o dedo nas feridas para as curar. Talvez esta homenagem sirva para ajudar a tratar de uma forma descomplexada estas questões.
Vou para o texto seguinte.
Não quero perder a oportunidade de deixar a minha opinião em todos eles. Estou a gostar da leitura.
Um abraço.

Anónimo disse...

Parabéns pelo interessante blogue.
Lastimo ter acabado, na medida em que divulgava, por aqui, informação de bastante interesse, que é património de todos os portugueses.
Abraço,
D